segunda-feira, 19 de outubro de 2020

A NOVA IDADE MÉDIA

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Os três últimos anos do século XXI têm sido de retrocessos e pavores. De forma sutil, ideias absurdas passaram a ser propagadas e absorvidas rapidamente. O avanço tecnológico desenvolvido para os meios digitais de comunicação não nos trouxera apenas mudanças positivas. Relembremo-nos que na História Geral todas as inovações já lançadas, em inúmeros momentos, foram usadas para fazerem o mal; desde a descoberta do fogo à criação do avião.

A diferença é que agora essa nuvem de crueldade chega numa velocidade muito maior por meio das redes “antissociais”. A arma usada é o discurso, aquele que fere e mata feito a bomba de Hiroshima, porque as consequências afetam até futuras gerações. De repente, sem pedir-nos licença, os discursos de ódio invadiram os nossos celulares e computadores. O que mais assusta é a aceitabilidade e a credibilidade com que tais discursos são recebidos e repassados pelas pessoas. 

Valores éticos tão simples de serem praticados foram violados, a exemplo do respeito e da tolerância. O diálogo moderado e comedido tornou-se escasso, a maioria das pessoas preferem ir para as redes escancarar seus desafetos ou desacordos. O objetivo não é resolver problemas, mas expor e agredir reputações. Por vezes, situações que poderiam ser tranquilizadas com um telefonema pessoal geram um conflito virtualmente coletivo. 

A ciência passou a ser contestada por leigos empiristas; a filosofia agora é ignorada; a Educação passou a ser insultada; os servidores públicos passaram a ser vistos como vilões; a religião tem sido a nascente das discórdias; a corrupção política mudou de nome, agora é uma organização familiar; direitos adquiridos há anos e por meio de muitas lutas estão fragilizados; a morte pelo Corona vírus é vista com naturalidade e desumanidade; e em nome de Deus e das boas tradições pratica-se todo tipo de atrocidades com as classes minoritárias, as quais variam de uma agressão verbal à morte.

Não é difícil pintar a tela do atual cenário do século XXI, as cores cinza e vermelha seriam suficientes para representar o medo, a violência, a dor e o sangue derramado. Levantemos as nossas mãos e gritemos: “Pai, afasta de mim este cálice”. A luta pela mudança desse cenário desastroso precisa ser intensa. Bem vindos à Nova Idade Média, vamos vestir a armadura da dignidade e do amor para combater a desigualdade e o ódio.


 Rute Santos

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