sábado, 5 de setembro de 2020

RUTE SANTOS FAZ UMA ANÁLISE CRÍTICA DO CONTO FELICIDADE CLANDESTINA DE CLARICE LISPECTOR



Com sua  análise crítica a professora nos leva a pensar e refletir a nossa relação com a  leitura literária?

Mestra em Letras pelo Profletras/UFT e professora das redes  Estaduais de Educação do Maranhão e do Tocantins.


A leitura se torna muitas vezes uma necessidade intrínseca e individual, como são a fome e a sede; por isso, nós precisamos que ela seja saciada, sua ausência causa um desconforto progressivo que se transforma em dor, desespero, angústia e morte. A literatura é isso, o alimento do leitor. Compreendemos como leitor aquele que lê, não por obrigação, mas por uma necessidade vital e de prazer, não há um padrão de leitura a ser seguido, cada leitor cria o seu, levando em conta contextos, assuntos, gêneros e tipologias textuais de seu agrado, que contemplem seus interesses particulares tanto conscientes quanto inconscientes.

O conto “Felicidade clandestina”, de Clarice Lispector, expõe a relação entre o texto e o leitor no limite mais profundo de dependência. A menina leitora retratada na história vive situações conflitantes em busca da leitura. Ela própria narra os episódios torturantes a que se sujeitava na esperança da recompensa sagrada, o livro: “na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia”. Nota-se aqui o início dessa tortura ainda nem percebida, a vilã, dotada de puro sadismo, descobriu naquela menina quixotesca uma presa fácil para sua maldade, pois “possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria”. Nesse contexto, ler estava fora das posses financeiras da garota que adorava livros, e, a partir daí, ela passa a ser subjugada... LEIA MAIS 








Um comentário:

  1. Ótimo texto, onde desperta-se novamente o interesse e aprofundamento na leitura. Belo trabalho professor, abraços!

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