sábado, 10 de outubro de 2020

AGONIA DE UM FILÓSOFO





 Consulto o Phtah-Hotep. Leio o obsoleto 
 Rig-Veda. E, ante obras tais, me não consolo...
 O Inconsciente me assombra e eu nele rolo
 Com a eólica fúria do harmatã inquieto! 

 Assisto agora à morte de um inseto...! 
 Ah! todos os fenômenos do solo 
 Parecem realizar de pólo a pólo 
 O ideal de Anaximandro de Mileto!

 No hierático areópago* heterogêneo 
 Das idéias, percorro como um gênio 
 Desde a alma de Haeckel à alma cenobial!...

 Rasgo dos mundos o velário espesso; 
 E em tudo, igual a Goethe, reconheço 
 O império da substância universal!
     


 Augusto dos Anjos

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