terça-feira, 10 de novembro de 2020

Derrubando MUROS, construindo PONTES.


Este ano de 2020 fez muita gente repensar seus valores, mudar atitudes e deixar de lado algumas práticas habituais do seu dia-a-dia. Na casa do rico e do pobre, dos mais cultos e dos analfabetos, entre as brincadeiras e salas de aula das crianças, no estudo e nas baladas dos jovens, no trabalho dos adultos ou na pacata vida dos idosos, todos se renderam ao temido vírus que surgiu do nada, no 'outro lado do mundo', deflagrou uma guerra diferente e criou um caos geral, que atingiu a nós todos. Não foi diferente contigo ou comigo. Quantas coisas que estavam planejadas de longa data 'deram pra trás' ou simplesmente perderam-se no tempo, sem a importância de antes...

Cresci ouvindo avós e bisavós falarem dos horrores da primeira guerra mundial que provocou dispersão de famílias inteiras pelo mundo afora e trouxe meus antepassados para a América. Dezenas de milhares de imigrantes vindos da Alemanha, da Itália, da Polônia, da Ucrânia, da Rússia... vivendo nas colônias do Sul do Brasil e no Espírito Santo, verdadeiros 'feudos rurais', isolados pela língua, pela cultura, pelos hábitos de vida. E, anos depois, por culpa de outra grande guerra, muitos familiares remanescentes na Europa foram novamente separados, agora por um muro divisório real - o MURO de BERLIM.

Vivi numa 'colônia' destas, no RS. Na minha infância, num tempo em que o mundo ainda me parecia bom de viver e fácil de ser dominado, cada vez que alguém relembrava dos nossos antepassados, meses a fio num navio, sujeito a doenças e intempéries várias que levaram muitos à morte, acreditei que os homens poderiam ter construído uma ponte ligando o que julgava ser os dois lados do planeta - Europa e o Brasil, facilitando meus parentes de chegarem mais rápido aqui e visitarem os que ficaram do outro lado. E muitas vezes rezei para que derrubassem o tal muro que não deixava irmãos viverem sob o mesmo teto, nem ter notícias... 

Nestes 30 anos depois que o muro alemão foi derrubado, aprendi que muitos MUROS continuam a existir, dividindo povos, culturas e ideias e que as PONTES, tão necessárias, continuam tendo dificuldade de construção... este ano, de verdadeira luta mundial contra a PANDEMIA, me fez finalmente compreender que o ser humano sente um mórbido prazer na guerra, no massacre, nas quedas dolorosas, na separação das pessoas. Quando todos deveriam se fortalecer pela união e pelo bem comum, importando-se uns com os outros, vejo apenas umas minorias que ainda se revestem de precaução, do enfrentamento com estratégias e de busca de soluções...

Está na hora de aprender a construir PONTES ao invés de erguer MUROS


Isabel Tessmer

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