VOCÊ QUERIA ESTAR NA PELE DE UM PROFESSOR,NESTE 2020 ?

Encerramos uma semana especialmente dedicada aos profissionais da educação. Num país em que apenas uma escassa minoria de jovens pensa um dia se tornar um professor, é difícil falar desta sofrida relação que existe entre crianças e adolescentes com seus professores. Em tempos de pandemia, a falta das aulas presenciais e o caos que a ausência do professor provocou no dia-a-dia de pais e filhos, tem gerado muitas e acirradas discussões e questionado o papel do professor na sociedade. 

Ser professor(a) não é ter todas as respostas, sempre ali, na ponta da língua, nem dominar completamente um conteúdo, muito menos, ser capaz de transferir todo seu conhecimento para alguém - respostas e conhecimento estão à disposição, de quem queira, em pessoas, em livros, em conversas, em palestras, na net... a missão do professor vai bem além: é fundamental instigar a compreensão dos fatos, despertar a vontade de ler, de conhecer, de não se alienar, de ir adiante, experimentar, assimilar. Ele precisa focar na curiosidade toda uma estratégia de aulas. Precisa provocar ao ponto de perceber mudança de hábitos, de atitudes, de comportamento. Tem que chegar a uma transformação de mentes, do modo de ser e de viver! Eis a sua missão... pra isso precisa, ele próprio, continuar em evolução se quiser chegar lá, em plenitude! 

Porém, inúmeras dificuldades, que passam pela falta de valorização e desrespeito dos alunos e uma grande parcela da sociedade, tornam essa profissão bastante sofrida, ao ponto de não estar entre as opções de futuro da maioria dos jovens. Mesmo assim, fui e sou extremamente feliz por exercer esta profissão que me dá prazer e alegrias, seja pela troca de experiências, pelas novas aprendizagens, por observar tantos jovens e adultos mudando seus conceitos e atitudes... sinto alegria em ter tido a oportunidade de contribuir na formação de muitos cidadãos de nossa cidade de Açailândia e de muitas outras localidades, nas escolas por onde passei! 

A pandemia apenas mudou a já sofrida rotina dos professores, obrigando-os adequar-se à modernidade, ao inusitado e ao manuseio de novas tecnologias. Mesmo assim, se pudesse voltar no tempo, começaria tudo outra vez. Sendo professora!

Isabel Tessmer